No dia 11 de outubro, terça-feira, o subgrupo composto pelos pibidianos Adrielle, Bruno, Jonathan, Laurênia, Matheus e Paula atuou no Colégio Estadual Luiz Setti (Jacarezinho-PR) sob a supervisão e parcial presença da Profª Adriane Cristine Juraski, junto à turma 6ºB do período vespertino.
Contextualizou-se a aula retomando todos os outros temas anteriores abordados. Então iniciou-se um novo tema, Educação de Gênero e em Sexualidades, esclarecendo o título e sua importância. Introduziu-se aos órgãos dos aparelhos reprodutores, à puberdade, menstruação, menarca, semenarca; discutiu-se masturbação, relação sexual, gravidez, aborto, DSTs.
Para garantir debates norteados por conhecimentos científicos que instrumentalizem práticas sociais qualificadas e transformações sociais, procurando abolir homofobia, machismo e outras preconceitos/opressões, debateu-se sobre as sexualidades, partindo da importância do autoconhecimento para a socialização, abordando-se a DIFERENÇA DE 'SEXO' E 'GÊNERO', a diversidade de GÊNEROS BIOLÓGICOS, de IDENTIDADES DE GÊNERO, os PAPÉIS DE GÊNERO e as ORIENTAÇÕES SEXUAIS/AFETIVAS.
A atuação do dia encerrou-se neste ponto e prevendo os próximos debates do próximo encontro.
Os pibidianos questionaram os estudantes e presenciaram por suas reações que estes assuntos da vida dos jovens não são discutidos em escola, por professores, ou em casa pelos responsáveis. A prática social dos estudantes se mostrou desqualificada para transformações sociais ao fazerem uso de senso comum e gírias, corroborando, pelo contrário, com preconceitos e intolerâncias, machismo, desigualdades de gênero/sexualidades e opressões. Ainda, a falta de socialização de assuntos tão naturais ao ser humano poderia levar a bullying na escola, gravidez na adolescência, infecção de DSTs. Ao contrário do senso comum de que discutir sexualidades incentivaria "crianças" a atos sexuais, a educação informa e previne atos imprudentes.
Às imagens e termos apresentados, os estudantes encararam com risadas, mostrando timidez e desconhecimento da naturalidade dos temas abordados. Também pouco argumentaram, questionaram ou comentaram. Com o decorrer das aulas, os termos se tornaram habituais, a participação foi maior, foram feitas questões escritas anônimas (liberdade deixada clara desde o início da aula) e a "bagunça" foi substituída por atenção.
Comprovando a especulada "falta de interesse" nos estudos por partes dos estudantes, ou uma falta de criticidade para que a prática social fosse qualificada, os estudantes mostraram descontentamento ao terem de copiar 4 frases importantes a reter e serem esclarecidas (o significado de gênero biológico, identidade de gênero, papéis de gênero e orientação sexual). Copiar textos do quadro já tinha sido por eles apontadas como uma prática habitual que não gostavam; ainda assim, após vários estudantes demonstrarem preconceito e não saberem sobre essenciais assuntos da vida, o registro das 4 frases foi uma forma de não deixar a socialização do assunto ser esquecida e também um "golpe de estado" (DUBET, 1997) tentando manter organização e silêncio na sala. Para contornar o descontentamento dos estudantes, foi necessário nominar essa "cópia" de "atividade valendo visto", à qual nenhuma outra reclamação se ouviu e prontamente todos atenderam. A tarefa recompensada pelo aprendizado já não é mais vista positivamente por estudantes; a todo esforço reivindicam outra recompensa mais 'material', 'concreta' e mais 'valiosa', segundo a consideração deles.
Os pibidianos, ainda, notaram a ausência da professora supervisora durante a aula, que esteve atendendo a várias turmas devido a falta de professores.